terça-feira, 21 de abril de 2009

Dados do trabalho.

Autores: David J. C. Da Santana.
e Charlles Diego.

Curso: Comunicação Social.

Período: Turma: 10121NA. Turno: noite.

Disciplina: Cultura Brasileira

Prof°: Amaro Braga

Faculdade Maurício de Nassau.

Recife/ Pernambuco.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Conversa com o Mestre Geraldo.

Reisado é uma dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, que se festeja a véspera do dia de Reis. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, um grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a chegado do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e dançam.

O Reisado instalou-se primeiramente em Sergipe no período colonial. Atualmente, é dançando em qualquer época do ano, os temas de seu enredo, variam de acordo com o local e a época que são encenados, podem ser: amor, guerra, religião, etc. É Composto de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre, contramestre, figuras e moleques. Os instrumentos que acompanham o grupo são: violão, sanfona, ganzá, zabumba, triângulo e pandeiro.

No Brasil os principais estados que praticam o Reisado são: Sergipe, Alagoas, Ceará, São Paulo e Santa Catarina.

cena de um Reisado


E para falar sobre esse assunto, nada melhor do que alguém com 79 anos de vivência nessa manifestação folclórica, que é, o senhor Geraldo de Almeida, nascido na Serra da Raiz - PB, e no alto de seus 85 anos, 9 filhos, mais de 20 netos e 10 bisnetos, é o maior nome do festejo em Pernambuco, onde mora há 67 anos. Então, para conversar com o mestre fomos até o receptivo bairro da Bomba do Hemetério, zona norte do Recife, onde ele reside desde 1951, mesmo ano em que junto com sua esposa Iraci Alves Almeida, fundou o Reisado Imperial.

É claro que, tanto tempo de bairro faz com que o mestre seja uma das pessoas mais (senão a mais) respeitada do bairro, como ele nos disse: "Aqui ta cheio de ladrão, mas eu nunca fui assaltado, ando com dinheiro na carteira, mas ninguém nunca fez nada, sou muito respeitado aqui". Fala com orgulho.


Mestre Geraldo.

Orgulho que foi a tônica da conversa, primeiro quando junto com uma de suas filhas, o mestre nos mostra todas as roupas, apetrechos, instrumentos, etc. Que ficam na sede do Reisado Imperial e são utilizados nas práticas folclóricas da comunidade que não se restringe apenas ao Reisado, tem também, Coco de roda, Fandangos e Ciranda. "Tudo isso aqui é folclore, cultura (...) tem que cuidar". Fala o mestre Geraldo enquanto vai, com cuidado, descobrindo algumas peças, das quais ele destaca com carinho uns matérias utilizados no carnaval, para homenagear o Mestre Salu, seu amigo de longa data, que faleceu em 2008.

Após nos mostrar todos os ornamentos, ele nos contou um pouco da história do Reisado, personagens, danças, cantos etc. Do qual destaco, o número de pessoas que segundo ele podem participar, no caso 30. O Boi que em sua opinião é o personagem mais importante do festejo, junto com Mateus e Catirina, e por falar em Mateus, ele nos conta que o personagem participa da cena que é a sua predileta, na qual o diabo quer levar Mateus para o inferno (cena em que ele nos faz o favor de recitar), outro fato interessante que o mestre nos explicou é sobre os espelhos que são usados nas fantasias, "serve para proteger quem brinca, com os espelhos, vocês está protegido" nos fala, enquanto mostra alguns exemplos. Ele ainda nos falou sobre o encontro de Reisados, que aconteceu ano passado no Recife, e das apresentações do Reisado Imperial que segundo ele acontecem, claro no Recife, e no interior do estado, principalmente, Paudalho, Nazaré da Mata, Ipojuca, etc. Do apoio recebido pelo Reisado, através da prefeitura e governo, no qual ele destaca a época de Miguel Arraes, segundo ele foi a que mais investiu em cultura popular, e ainda fala sobre o Centro de Cultura, que será construído no bairro (na sede do Reisado Imperial).

E por fim o mestre deixa transparecer todo o seu orgulho e amor, pelo Reisado e Folclore em geral, e por tudo o que ele lhe trouxe: "ta vendo essa sede, e essa casa (um simples 1° andar) tudo consegui com o Reisado, com meus trabalhos, ele me trouxe tudo, além também de uma casa no interior, que ainda não fui, prefiro ficar aqui mesmo".

Por: J. C. David e Charlles Diego.

Fotos da visita.

J. C. David, Mestre Geraldo e Charlles Diego, respectivamente.


Mestre Geraldo ao lado do Boi, que ele considera o principal personagem do Reisado.






Roupas utilizadas nos festejos.




Jaraguá




Entrada da sede do Reisado Imperial









alugns troféus conquistados pelo Reisado imperial.









O mestre nos mostrando alguns dos utensilios.









Mestre Geraldo Almeida.



Jaraguá.



"um dia quando eu andava pela mata fechada, me deparei quase que do nada, com uma grande caveira da cabeça de um cavalo, e a partir desse momento, eu tive a idéia de criar o Jaraguá, e depois fiz uma música em sua homenagem". Nos contou o mestre.

jaraguá

Eu fui para uma mata

fui pegar um passarinho

entrei no alvoreiu

encontrei um jaraguá

é um jaraguá

é um jaraguá

o bichinho é bonitinho

ele sabe assim dançar

chegou, chegou o jaraguá

o bichinho é bonitinho

ele sabe assim dançar.

Por: J. C. David e Charlles Diego.

Mestre Geraldo de Almeida.

Geraldo de Almeida nasceu em 9 de setembro de 1924, na pequena cidade de Serra da Raiz, no interior do estado da Paraíba. Nessa cidade, ele residiu até seus 18 anos de idade, quando fugiu de casa para realizar um sonho: conhecer o Recife. Aqui trabalhou principalmente como estivador, no cais do porto do Recife, onde ficou por 35 anos, Primeiro residiu no bairro do pina. Até que em 1951, ele toma algumas decisões ele se casa com Iraci Alves de Almeida e vai morar no Bairro da Bomba do Hemetério. E é na Bomba do Hemetério que mestre Geraldo realiza um dos seus maiores sonhos e em 5 de janeiro de 1951, ele funda com os moradores locais José Cabral de Souza, Augusto Pimentel, João Reis, Pedro José Nascimento e João Pimentel e principalmente sua esposa, o Reisado Imperial. Se tornando sem dúvida, um dos grandes personagens desse auto natalino e claro, do folclore pernambucano.


Por: J. C. David

Reisados pelo Brasil.



REISADO EM SÃO PAULO.


Na parte noroeste do Estado de São Paulo, são muito comuns os grupos de Reis.
Em Votuporanga, as Folias de Reis saem da casa do festeiro no dia 25 de dezembro. Antes, já "trataram o giro", ou seja, o acerto do roteiro do grupo. Começando no Natal, os "foliões" cantam até 3 ou 4 de janeiro, para descansar dia 5. Em 6 de janeiro, dia de Reis, estão de volta à casa dos festeiros, que se acha enfeitada com arcos de bambu, assim como a própria rua ou local onde ela se encontra: é a chegada dos Reis.

Próximo da entrada da casa, o casal de festeiros (também chamados "rei" e "rainha") recebe a bandeira levada pela "Companhia de Reis", entram e, frente a um altar, "rezam todos os terço". Completadas as cantorias de tema religioso e completada a reza, vem a confraternização, a festa. à noite se faz também a "passagem das coroas" que são exclusivas do "rei" e da "rainha".

Em geral, o casal de festeiros já sabe qual será o casal que se encarregará de promover a festa nos próximos anos, porém se costuma fazer uma espécie de brincadeira, colocando as coroas na cabeça de várias pessoas, e lamentando não servir em nenhuma, até chegar ao casal previamente escolhido, e esses surgem como eleitos. É costume que o novo casal se comprometa a patrocinar a festa dos Santos Reis nos próximos sete anos, mas sem obrigatoriedade de começar logo no ano seguinte.



REISADO EM SANTA CATARINA.


Os três reis magos, nunca tiveram grandes homenagens na terra catarinense. Os ternos que se organizam e que ainda se organizam em Santa Catarina estão longe de se parecer com os de que fala a tradição da Bahia. Entretanto, tem festa dos Reis que ainda constitui um agradável motivo de diversão.

De 25 de dezembro a 6 de janeiro eram encontrados ternos não somente na ilha de Santa Catarina mas também em toda a zona litorânea onde a influência da cultura lusa se faz presente. Em Laguna, Imaruí, São Francisco, Itajaí, Santo Amaro e tantos outros municípios reverenciava-se o nascimento de Jesus com afinados ternos-de-reis. Algumas vezes, entretanto, os grupos tinham somente elementos masculinos, havendo entre os cantores os que imitavam vozes femininas. Para melhor cumprir com a missão era preciso se "esquentar" antes. Assim, entre "umas e outras", terminavam todos com espírito para lá de "alegre".

Na simplicidade das suas cantorias, acompanhadas dos tradicionais tocadores de viola, acordeon, gaita, tambor e outros instrumentos, caminhavam aos encontro de casas amigas, nas quais as ofertas mais generosas faziam a alegria dos que religiosamente cumpriam a sua missão.



REISADO EM SERGIPE.


De influência portuguesa, antigamente a brincadeira chamava-se Reiseiros, mas sempre reuniu pessoas que, no período do Natal, saiam pela cidade anunciando o nascimento de Jesus.
Além das danças e dos cantos de pedição de sala (licença para dançar), louvação à Maria, Jesus, autoridades e pessoas queridas, o Reisado possui o entremez, que corresponde à dramatização, conduzida pela Dona do Baile e outro personagem importante na brincadeira, o Mateus.

“A Dona do Baile vai anunciando o que o grupo apresenta, sempre instigada pelo Caboclo ou Mateus com suas piadas e suas brincadeiras, ora com a platéia, ora com o figural”, explica a historiadora Aglaé Fontes, em seu livro Danças e Folguedos.

O roteiro do Reisado, quase sempre, segue a mesma seqüência de músicas: abrição de porta ou pedição de sala, marcha de entrada, louvação aos donos da casa, louvação ao Menino Jesus, parte das figuras, entremeios (falas do Caboclo e da Dona do Baile), cantigas de amor, chula (só dança), entrada do Boi e retirada.

É também a Dona do Baile que batiza as integrantes do grupo. No Reisado dos Idosos Sagrado Coração de Jesus, de Laranjeiras, as “meninas” são chamadas de Cigana, Canarinho, Borboleta, Sereia, Viúva e por aí vai. As que não representam uma personagem se vestem de vermelho ou de azul. O chapéu traz flores e fitas coloridas. “O azul era homenagem à pureza de Maria e o vermelho era o sangue de Jesus por nós derramado”, esclarece Aglaé.

Alguns grupos já se vestem conforme orientação do chefe, sendo que as cores principais podem ser também verde e rosa ou azul e amarelo. “O brilho e a queda que o tipo do tecido oferece permitem que os requebros da dança fiquem mais valorizados”, explica Agalé, acrescentando que só não é usada a cor preta na indumentária, pela tristeza que sugere



REISADO NO CEARÁ.


Diz a Bíblia que, no dia 6 de janeiro, três reis magos visitam Jesus. Gaspar, Baltazar e Belchior levaram ouro, perfume e erva de presente. No caminho, visitavam moradores avisando a chegada do anunciado Messias. É esse trecho da história que os católicos relembram com o reisado. Alguns reisados são familiares, e a tradição é passada de geração para geração.

Parece noite de Réveillon na casa da família Farias. Só parece. E se é véspera do Dia de Reis, a noite é para tirar o reisado, tradição que começou há mais de 50 anos com a comerciante Eucária Farias.

A matriarca da família já morreu, mas nem por isso a família deixa de homenagear os três reis magos, que segundo a história passaram nas casas anunciando o nascimento do menino Jesus. Assim, eles visitam os vizinhos e cantam as músicas dos reis.

Os instrumentos embalam a procissão. O reisado é um festejo popular de origem portuguesa. Além de dançar é preciso caminhar de casa em casa. Haja disposição. E olha que todas as gerações da família participam. O esforço é recompensado quando alguém abre a porta de casa. O reisado só termina quando o grupo é recebido com um verdadeiro banquete.

REISADO EM ALAGOAS.


Auto popular profano-religioso, formado por grupos de músicos, cantores e dançadores que vão, de porta em porta, no período entre o Natal e o dia 06 de janeiro, anunciando a chegada do Messias, homenageando os três reis magos e fazendo louvação aos donos das casas onde dançam. Sua principal característica é a farsa do boi, que constitui um dos entremeios ou entremeses, onde ele dança, brinca, é morto e ressuscita.

A origem desse folguedo é portuguesa. Em Portugal, na idade média, era costume os grupos de janereiros e reiseiros saírem pelas ruas pedindo que lhes abrissem as portas e recebessem a nova do nascimento de Cristo. Os donos das casas recebiam os grupos e a eles ofereciam alimento e dinheiro.

Em Alagoas destacam-se os reisados do Conjunto Moacir de Andrade (Tabuleiro – Maceió); Reisado do Piau (Piranhas); Reisado do Pedro Bento (Capela); Reisado Lajeado do Couro (Água Branca); Reisado de Viçosa, do Mestre Expedito (Viçosa); Reisado de Chã Preta (Chã Preta); Reisado Três Amores, da Mestra Virgínia Moraes (Rio Novo) e Reisado do Mestre João Júlio (Junqueiro). O reisado alagoano possui como pontos diferenciais de outros reisados existentes no país uma indumentária mais rica, sua música e dança.

Fontes (links): http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendareisado.html

http://iaracaju.infonet.com.br/

http://tvverdesmares.com.br/bomdiaceara/tradicao-de-reisado-no-ceara/

http://www.alagoasagora.com.br/cultura/

Bibliografia consultada

Folclore Catarinense - Doralécio Soares; Editora da UFSC; Florianópolis, 2002
Folclore Paulista - Américo Pellegrini Filho
Côrtes J.C. Paixão; Natal Gaúcho e os Santos Reses;
Jornal Tradição Novembro/2000 Pág. especial Tradição, folclore e cultura gaúcha na escola.

Janaina Cruz, publicado em agosto de 2005, no Portal InfoNet.

personagens do Reisado.



Rei - culote até os joelhos, terminado por franjas, blusa de cetim de cor diferente com mangas compridas; no peito, espelhinhos; manto de cetim dourado que cai até os joelhos; coroa de ouro, cetro.







Mestre - chapéu de palha, forrado de cetim, de aba dobrada na testa (como usam os cangaceiros) adornado com muitos espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais; da parte não dobrada da aba pendem fitas compridas de cores variadas, saiote de cetineta até a altura dos joelhos, de cores vivas, com grega de galões largos; por baixo saia branca, com dois ou três babados; blusa, peitoral e capa.









Contramestre - idêntica à do Mestre, porém menos pomposa.

Mateus - paletó e calça de brim com placas de remendos, alpercatas de couro cru, chapéu de palha enfeitado com espelhinhos e franjas, penduricalhos ao peito, como se fossem medalhas, cantil e bornal a tiracolo; pandeiro, espingarda de bambu. Catarina (palhaça) - roupa de tecido xadrez, de maneira a lembrar um palhaço.







Boi: É essência da lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi.

Fotos: através de pesquisas feitas por, J. C. David.

O que é o Reisado.

O Reisado chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses, que ainda conservam a tradição em suas pequenas aldeias, celebrando o nascimento do Menino Jesus. Em Portugal é conhecido como Reisada ou Reseiro.

No Brasil é uma espécie de revista popular, recheada de histórias folclóricas, mas sua essência continua a mesma, com uma mistura de temas sacros e profanos.

O Reisado é formado por um grupo de músicos, cantores e dançarinos que percorrem as ruas das cidades e até propriedades rurais, de porta em porta, anunciando a chegada do Messias, pedindo prendas e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam.

A denominação de Reisado persiste ainda em Alagoas, Sergipe e Bahia. Em diversas outras regiões o folguedo é chamado de Bumba-meu-boi, Boi de Reis, Boi-Bumbá ou simplesmente, Boi. Em São Paulo é conhecido como Folia de Reis, onde a festa é composta de apresentações de grupos de músicos e cantores, todos com roupas coloridas, entoando versos sobre o nascimento de Jesus Cristo,liderados por um mestre.

Fazem parte do espetáculo os “entremeios” (corruptela de entremezes), pequenas encenações dramáticas que são intercaladas com a execução de peças, embaixadas e batalhas. Os personagens são tipos humanos ou animais e seres fantásticos humanizados, cheios de energia e determinação.

O folguedo do ciclo natalino é comemorado em várias regiões brasileiras, principalmente no Norte e Nordeste, onde ganhou cores, formas e sons regionais. Em Alagoas, constitui-se numa representação dramática, normalmente curta e pobre de enredo, acompanhada e precedida de canto.

Em Sergipe, é apresentado em qualquer época do ano e não apenas nas festas de Natal e Reis. Os temas de seu enredo variam de acordo com o lugar e o período em que são encenados: amor, guerra, religião, entre outros.

O Reisado apresenta diversas modalidades e é composto de várias partes: a abertura ou abrição de porta; entrada; louvação ao Divino; chamadas do rei; peças de sala; danças; guerra; as sortes; encerramento da função.

A música no Reisado está sempre presente. O Mestre é o solista, sendo respondido pelo coro a duas vozes. Os instrumentos utilizados alternadamente são: a sanfona, o tambor, a zabumba, a viola, a rebeca ou violão, o ganzá, pandeiros, pífanos e os “maracás”, chocalhos feitos de lata, enfeitados com fitas coloridas.

Há uma grande variedade de passos nas danças do Reisado, entre os quais pode-se destacar: do Gingá, onde os figurantes de cócoras se balançam e gingam; da Maquila, um pulo pequeno com as pernas cruzadas e balanços alternados do corpo para os lados, passo também exibido pelos caboclinhos; Corrupio, movimento de pião com o calcanhar esquerdo; Encruzado, cruzando-se as pernas ora a direita à frente da esquerda, ora ao contrário.

Tem como personagens principais o Mestre, o Rei e a Rainha, o Contramestre, os Mateus, a Catirina, figuras e moleques.

O Mestre é o regente do espetáculo. Utilizando apitos, gestos e ordens, comanda a entrada e saída de peças e o andamento das execuções musicais. Usa um chapéu forrado de cetim, de aba dobrada na testa (como o dos cangaceiros), adornado com muitos espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais, de onde pendem fitas compridas de várias cores; saiote de cetim ou cetineta de cores vivas, até a altura dos joelhos, enfeitado com gregas e galões, tendo por baixo saia branca, com babados; blusa, peitoral e capa.

O traje do Rei deve ser mais bonito e enfeitado. Veste saiote ou calção e blusa de mangas compridas de cores iguais, peitoral, manto de cores diferentes em tecido brilhante (cetim ou laquê);calça sapato tênis (tipo conga), meiões coloridos e na cabeça uma coroa feita nos moldes das dos reis ocidentais, semelhante a das outras figuras, porém encimada por uma cruz; levam nas mãos uma espada e, às vezes, também um cetro. Durante o cortejo os Reis vêm na frente, logo atrás do Mestre e do Contramestre. A Rainha é representada por uma menina, com vestido “de festa”, branco ou rosa, uma coroa na cabeça e um ramalhete de flores nas mãos.

O Contramestre é o responsável pelo Reisado na ausência do Mestre. Seu traje é semelhante ao daquele, só que menos pomposo.

Os Mateus, que sempre aparecem em dupla, usam trajes diferentes dos outros figurantes: vestem paletós e calças de tecido xadrez, usam um grande chapéu afunilado que chamam de cafuringa, com espelhos e fitas coloridas, óculos escuros, rosto pintado de preto, geralmente com tisna de panela ou vaselina e levam nas mãos os pandeiros. São os personagens cômicos do Reisado, junto com a Catirina.

Conhecida antigamente como Lica, a Catirina é a noiva do Mateus. Veste-se de preto, traz um pano amarrado na cabeça, o rosto pintado de preto e um chicote nas mãos, com o qual corre atrás das moças e crianças.

As outras figuras formam o coro do Reisado, que participam ativamente apenas nas batalhas, nas danças e no canto, quando respondem ao solo do Mestre. Formam duas fileiras simétricas, organizadas hierarquicamente e posicionadas uma do lado direito outra do lado esquerdo do Mestre. É uma das tradições populares mais ricas e apreciadas do folclore brasileiro, principalmente na região Nordeste.



FONTES (LINK): http://www.fundaj.gov.br/


BIBLIOGRAFIA CONSULTADAS:

BARROSO, Oswald. Reis de Congo. Fortaleza: Museu da Imagem e do Som, 1996.

RIBEIRO, José. Brasil no folclore. Rio de Janeiro: Gráfica Editora Aurora, 1970.